A EDUCAÇÃO SOFRE
Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]
Menos de dez por cento dos recursos prometidos para a educação do Rio Grande do Sul na educação foram entregues pelo governo federal. É uma rotina onde pais e alunos são penalizados pelo descaso de quem foi eleito para garantir aprendizado de qualidade. Diferente do prometido, se vê falta de comprometimento em todos os níveis – municipal, estadual e federal – em relação ao futuro das nossas crianças.
Há grande destruição da rede escolar do Estado em consequência da enchente de maio. Em vários dos 36 municípios que compõem o Vale do Taquari, há estabelecimentos atingidos três vezes no espaço de sete meses.
A primeira ocorrência foi em setembro de 2024. A segunda, em novembro. Na maioria das cidades, sequer os prejuízos da primeira cheia foram reparados. O longo caminho de Brasília até as prefeituras, repleto de empecilhos, agravado pela burocracia e desvios, impede que se tenha agilidade para a reconstrução da malha escolar.
O resultado é lamentável. Temos milhões de crianças com seu direito à educação e alimentação no período escolar sonegado. Já são seis meses desde a última enchente. Cá entre nós, é tempo suficiente para definir prioridades, elaborar um planejamento básico e garantir a agilidade para que o dinheiro chegue “na ponta”, ou seja, viabilize as reformas necessárias.
O segmento da educação é apenas parte do cotidiano enfrentado pelos gaúchos devastados pelas enchentes que sofre com a inépcia na busca de soluções. No setor de transportes, o caos só não é maior graças à mobilização de empresários e das comunidades. Cansados de esperar, organizam mutirões, levantam recursos e “fazem acontecer” diante do festival de promessas, manchetes não cumpridas e comitivas que gastam milhões em deslocamentos sem resultados. Pontes foram reconstruídas e trechos de estradas reformados.
O volume de impostos recolhidos mensalmente, e enviados a Brasília, retorna em forma de migalhas injustas. Fosse o Rio Grande do Sul um país teríamos dinheiro suficiente para reconstruir casa, escolas, postos de saúde e da Brigada Militar, além de rodovias, ferrovias e para o desassoreamento das hidrovias. O quadro é lamentável, se repete há anos, sem perspectiva de melhoria. Haja paciência!