SOU LOUCO POR XIS
Gilberto Jasper
Jornalista/[email protected]
Sou assumido apaixonado pelo “xis”, corruptela do inglês cheesburger. Não passa uma semana sem que, à noite, opte pelo lanche pedido por telefone. Confesso que às vezes são duas vezes em poucos dias: na terça e outro na sexta-feira, dia que antecede a folga no trabalho.
Durante a pandemia muitas roupas “encolheram dentro do armário”. O fenômeno assolou milhões de pessoas que por dois anos foram proibidas de sair à rua, permanecendo sentadas no sofá, jogando videogame, vendo tevê ou mexendo no celular.
Apesar das caminhadas diárias e exercícios orientados pelo personal Anderson Mucillo de Souza, a barriga teima em permanecer, turbinada por cerveja. A esperança é a chegada do frio para frear o consumo da loira gelada.
Sobre o xis, não abro mão do tipo com bacon e ovo, sem alface e tomate (risco de agrotóxicos… hehehehe).
Amigos me chamam de louco por consumir um lanche pesado, devorado quase sempre lá pelas 22h. ainda mais que meu horário de “ir para o berço” é por volta da meia-noite/1h.
Estive em Brasília recentemente para visitar meu filho. Quando saímos para jantar, costumo brincar com ele, dizendo que, se ficar uma semana sem comer xis, meus sinais vitais ficarão seriamente comprometidos, havendo inclusive risco de vida.
– Pai, sossega! Aqui só tem cópia muito mal feita de xisburger. Eles até tentam copiar, trazem gente do sul, mas não tem jeito. O resultado é muito ruim para nós, acostumados com o “xis raiz” – explica ele.
Perguntar onde é feito o melhor e mais popular lanche RS deflagra uma polêmica que pode culminar com uma nova Guerra dos Farrapos. Muitas cidades se autodenominam “Capital Gaúcha do Xis”.
A verdade é que, juntamente com a pizza, o xis e suas variantes con-quistaram corações e mentes rio-grandenses. Veganos, vegetarianos, obesos, controlados e comilões são atendidos nas mais bizarras exigências, sem problema, graças à modernização dos cardápios – em QR code ou aqueles menus engordurados. A cada semana surgem novidades.
Sou um confesso adepto do “xis calota”, também chamado de “bastantão”. Como diz o nome, é um xisburger grande, massudo. Por isso, é cada vez mais difícil desapegar da barriga, o que aumenta a pilha de roupas “inservíveis”.