Neurologista Dr. Diego Dozza: Você sabe o que é Dor Pélvica Crônica?
A dor pélvica crônica é uma condição complexa que afeta significativamente a qualidade de vida de muitas pessoas, especialmente mulheres, caracterizando-se por dor persistente na região inferior do abdome e pelve por mais de 6 meses. Esta condição pode ter diversas origens, incluindo endometriose, aderências (cicatrizes internas), síndrome do intestino irritável, problemas nos músculos do assoalho pélvico, infecções urinárias recorrentes, problemas na bexiga como cistite intersticial, varizes pélvicas e alterações nos nervos da região.
Os sintomas se manifestam de diferentes formas, sendo os mais comuns a dor constante ou intermitente na região pélvica, desconforto durante relações sexuais, alterações urinárias ou intestinais, dor lombar, cansaço frequente e alterações no humor devido à persistência da dor. Para um diagnóstico preciso, os médicos realizam uma avaliação detalhada da história clínica, exame físico completo, exames de imagem como ultrassom e ressonância magnética, exames laboratoriais e, em alguns casos, pode ser necessária uma laparoscopia diagnóstica.
O tratamento da dor pélvica crônica é multidisciplinar e pode incluir diferentes abordagens. Os tratamentos convencionais envolvem o uso de medicamentos para dor, fisioterapia pélvica, exercícios específicos, acompanhamento psicológico e tratamento da causa base, quando identificada. Além disso, existem tratamentos avançados que têm mostrado resultados promissores, como a radiofrequência e a neuroestimulação do gânglio da raiz dorsal (DRG).
A radiofrequência é um procedimento minimamente invasivo que utiliza energia térmica para interromper sinais de dor. Durante o procedimento, o médico, guiado por imagem, aplica a radiofrequência em nervos específicos que transmitem a dor, proporcionando alívio prolongado. Já a neuroestimulação do gânglio da raiz dorsal é um tratamento inovador que consiste na implantação de pequenos eletrodos próximos aos gânglios nervosos responsáveis pela transmissão da dor. Estes eletrodos emitem impulsos elétricos suaves que modificam os sinais de dor, oferecendo alívio significativo e duradouro.
É fundamental compreender que a dor pélvica crônica é uma condição real e tratável, e quanto mais cedo se busca ajuda, melhores são os resultados. O tratamento geralmente envolve uma equipe que deve ser transdisciplinar, e existem várias opções terapêuticas disponíveis, sendo que os tratamentos modernos são minimamente invasivos e seguros.
Recomenda-se procurar ajuda especializada quando a dor pélvica persistir por mais de 6 meses, interferir nas atividades diárias, apresentar piora com o tempo ou causar impacto significativo na qualidade de vida. É importante ressaltar que ninguém precisa conviver com a dor pélvica crônica, pois existem tratamentos eficazes disponíveis que podem trazer melhora da qualidade de vida, apesar de muitas vezes não existir a cura.
A busca por ajuda especializada é o primeiro passo para recuperar a qualidade de vida. Um especialista em tratamento da dor poderá avaliar cada caso individualmente e desenvolver um plano de tratamento personalizado, considerando as particularidades de cada paciente e utilizando as diferentes opções terapêuticas disponíveis. Com o tratamento adequado, é possível alcançar uma melhora significativa dos sintomas e retomar uma vida mais confortável e produtiva. E lembre-se de que “a dor é inevitável; o sofrimento é opcional.” Forte abraço.
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