Neurologista Dr. Diego Dozza: As várias faces da neuromodulação não invasiva
A neuromodulação não invasiva é um campo revolucionário da medicina que se dedica a melhorar a vida de pessoas afetadas por diversas condições neurológicas, sem a necessidade de intervenções cirúrgicas. Esta abordagem utiliza tecnologias avançadas para influenciar o funcionamento do sistema nervoso de forma segura e eficaz. Vamos explicar sobre algumas das técnicas mais promissoras nesse campo.
1. Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (tDCS)
A tDCS é uma técnica que envolve a passagem de uma corrente elétrica de baixa intensidade através do couro cabeludo, visando modular a atividade dos neurônios na área cerebral estimulada. Isso pode resultar em melhorias em diversas funções, como cognição, motricidade e regulação emocional. A tDCS é particularmente notável por sua acessibilidade e a capacidade de proporcionar alívio significativo para condições como depressão, dor crônica e recuperação pós-AVC.
2. Estimulação Magnética Transcraniana (TMS)
A TMS utiliza campos magnéticos para estimular diretamente o cérebro. Esta técnica é capaz de penetrar o crânio e gerar potencial de ação, modulando a atividade neuronal. A TMS é utilizada para tratamento de condições como depressão resistente a medicamentos, transtornos de ansiedade e reabilitação de acidentes vasculares cerebrais. Sua aplicação pode ser ajustada para estimular áreas específicas do cérebro, tornando-a uma ferramenta poderosa na neurociência clínica. Qualquer área do encéfalo pode ser estimulada, dependendo da capacidade do equipamento e dos resultados esperados.
3. Estimulação Elétrica Periférica (PES)
A PES apresenta vários tipos de aplicação e uma das técnicas mais conhecidas é o TENS/FES, que realizada muitas vezes pelo fisioterapeuta. Aplicam-se estímulos elétricos em nervos periféricos para influenciar a atividade do sistema nervoso central de forma indireta. Dependendo dos parâmetros de estimulação, pode-se induzir efeitos que facilitam ou inibem atividades neuronais específicas. Isso tem implicações importantes para o tratamento de dor crônica, recuperação de funções motoras após AVC e distúrbios do movimento.
Tanto a TMS, como a tDCS também possuem aplicação nos nervos periféricos e cada dia surgem mais pesquisas sobre as áreas a serem aplicadas.
4. Estimulação da Medula Espinhal
A estimulação não invasiva da medula espinhal tem ganhado destaque devido à sua capacidade de influenciar tanto as vias motoras quanto as sensitivas, sem causar dor ou efeitos adversos significativos. A estimulação medular deriva da TAM e os campos magnéticos pulsados são aplicados na região da coluna vertebral, chamado de tsMS (estimulação magnética transespinal). Há um grande potencial no tratamento da dor crônica, na doença de Parkinson e na melhora da função sensório-motora em pacientes com lesões medulares ou após AVC.
Esta técnica também pode ser utilizada como tsDCS (estimulação trasncutânea por corrente contínua da medula espinhal), que auxilia no tratamento de dor e na reabilitação de trauma raquimedular e pós-AVC.
A neuromodulação não invasiva representa um avanço significativo na maneira como tratamos uma variedade de condições neurológicas e psiquiátricas. Oferecendo alternativas menos invasivas, essas técnicas auxiliam a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, com a vantagem de reduzir os riscos associados a procedimentos cirúrgicos. À medida que a pesquisa avança, espera-se que a aplicação dessas tecnologias se torne ainda mais eficaz e personalizada, marcando uma nova era na medicina regenerativa e funcional.
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