João Tatto é homenageado com nome em estrada rural na Linha São José
Reconhecimento surgiu a partir de um pedido da comunidade, que fez um abaixo-assinado ao Poder Público
O Poder Legislativo de Frederico Westphalen aprovou na Sessão Ordinária do dia 12 de março o Projeto de Lei Nº 03/2024, do Executivo Municipal, que denomina de Estrada João Tatto a via rural da Linha São José, compreendida entre a Escola Municipal Marechal Floriano e a Linha Ponte do Pardo, medindo 4.285 metros. O objetivo da proposição de lei, aprovada por unanimidade, foi prestar uma homenagem a João Tatto, que teve uma vida dedicada ao desenvolvimento regional e das comunidades das Linhas São José e Ponte do Pardo.
A denominação da estrada surgiu a partir de uma sugestão da comunidade, que fez um abaixo-assinado evidenciando a importância do reconhecimento a João Tatto. Moradores, inclusive, procuraram o Poder Legislativo, que chegou a fazer uma audiência pública, em 2022, para discutir uma ampliação no Código de Posturas, que permitiu ao Poder Público Municipal também colocar/alterar nomes nas estradas do interior do município.
Quem foi João Tatto?
Nascido em 13 de agosto de 1881, na Itália, é filho de Martin Tatto e Angela Consalter Tatto. Chegou ao Barril, então distrito de Palmeira das Missões em 1925, onde inicialmente fez morada na Linha São José. Ali, trabalhava na lavoura, juntamente com a família, além de plantar nas terras adquiridas no Pardo, há quatro quilômetros de distância. Pouco tempo depois, mudava sua residência em definitivo para às margens do Lajeado Pardo. Ali, construiu, em 1928, um moinho à água que lhe deu, no decorrer dos anos, notável fortuna e prestou assinalados serviços à colônia. De muito longe, por picadas difíceis, buscava-se o Moinho do Tatto para moer milho, trigo e descascar arroz.
Em 1935, inaugurou uma ferraria onde havia um descascador de arroz. Mais tarde, fez acionar um dínamo para o fornecimento de luz elétrica que beneficiou várias famílias, a capela e a rua, sendo este local isolado, com eletricidade, primeiro que a sede, Palmeira das Missões. Dirigiu, durante anos, modesta casa comercial. Cooperou para a extensão da rede telefonica até lá. Exerceu o cargo de comissão desde 1926, tendo sido o inspetor mais velho de todo o distrito. Era muito prestimoso, sério nos negócios e nos compromissos, muito acatado nos meios administrativos e políticos.
Além da dedicação ao comércio local, que abastecia a região e se estendia até Porto Feliz, hoje Mondaí (SC), João foi fundamental na construção da infraestrutura das instituições da comunidade de São Francisco da Ponte do Pardo. Ali, cedeu terrenos para o salão comunitário, igreja, escola, cemitério e o primeiro campo de futebol. Sempre preocupado com o futuro, não media esforços para o desenvolvimento da comunidade local, que tem nele um dos grandes edificadores.
Também dedicou sua vida à abertura de estradas, coordenando grande parte do traçado que se estende da ERS-150 até a Ponte do Pardo, um lugar rodeado de morros de pedra. Para alcançar o local precisou abrir estradas na picareta, no facão, no machado, na foice e com dinamite para romper os peraus e os morros de pedras. Depois, de tempos em tempos, dedicava-se a manutenção destas estradas. Ainda direcionou esforços para abertura de outras vias que ligam comunidades próximas pertencentes a Vista Alegre e Caiçara. A ele se deve também a construção da primeira ponte de madeira sobre o Lajeado Pardo.
João Tatto foi casado, inicialmente, com Giacomina Rosa Tatto, na data de 30 de abril de 1904, com quem teve 15 filhos. Após o falecimento de sua primeira esposa, João casou-se com Teresa e veio a falecer no dia 15 de outubro de 1961, aos 81 anos, devido a uma infecção no pé que se transformou em câncer. Seu corpo está sepultado no cemitério da Linha Ponte do Pardo.