• 7 de dezembro de 2024

Famílias do interior do RS alertam para crise em outros setores durante Tratoraço

 Famílias do interior do RS alertam para crise em outros setores durante Tratoraço

Do Norte ao Sul, o Rio Grande do Sul está representado no Tratoraço organizado pela SOS Agro RS nesta quinta-feira, em Porto Alegre. Mesmo de longe, produtores rurais vieram para o Parque Harmonia para reivindicar auxílio para suas manter atividades.

O agricultor Marnei Toniolo saiu de Soledade durante a madrugada para participar do ato. “Viemos de uma safra precária. Tivemos estiagem por três anos e agora, na última safra, sobrou chuva. Esperamos por uma ajuda federal. Temos dívidas para pagar e não sabemos o que vai acontecer”, afirmou.

O transportador Alex Fagundes Goulart, de Cachoeira do Sul, também endossou o pedido de socorro para o agronegócio gaúcho. Segundo ele, comerciantes e empresários de outros segmentos também deveriam participar da mobilização.

“É toda uma cadeia que depende do agro. Diminuindo a produção, vai reduzir o transporte e muitos vão correr risco de perder o emprego. E não só para nós. Também pode refletir no borracheiro, no mecânico e assim como em qualquer comerciante da cidade, que também deveriam estar aqui hoje. Se o interior não produz, não vai dinheiro para a cidade”, alertou.

Cultura gaúcha também em destaque

A rotina do agricultor gaúcho tem relação direta com a cultura do RS. Por isso, a pequena Maria Eduarda Debom Schönhonfen, de 14 anos, acompanhou seus pais na mobilização ao lado de sua gaita de oito baixos. Segundo a mãe da adolescente, Fabiana, Duda é aluda na Fábrica de Gaiteiros de Renato Borghetti em Barra do Ribeiro, onde a familia mora. Durante o intervalo do ato, ela tocou a música Milonga Para as Missões no palco do evento.

“Eu trouxe pois pensei que podia tocar o hino riograndense. Mas também gosto de ir treinando onde dá, tanto para eu tocar como para fazer as pessoas felizes. Até porque a lida do campo é muito próxima da cultura gaúcha”, contou a jovem artista.

Apesar disso, a família não deixou de reivindicar as demandas do agronegócio gaúcho. Dois tratores da propriedade rural foram trazidos para o Tratoraço. O deslocamento, segundo Fabiana, ocorreu ainda no final da tarde de quarta-feira.

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“É o emprego da gente que está indo embora. Na enchente, nós agradecemos por não perder a casa ou a vida, mas perdemos a nossa produção de soja. No momento em que o agricultor sofre com isso, ele deixa de comprar no comércio, deixa de passear, diminui as compras no mercado, não compra novas máquinas agrícolas. Então é toda uma cadeia que é impactada com o dinheiro deixando de circular”, reforçou a produtora.

CORREIO DO POVO/ Rodrigo Thiel

Foto: Ricardo Giusti

RS Norte

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