“Lento e ineficiente, Governo Leite não está preparando o RS para novos eventos climático extremos”, avalia Miguel Rossetto

Passado um ano da maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, estamos nos preparando para novos eventos climáticos extremos? No Grande Expediente da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (6/05), o líder da bancada do PT, deputado estadual Miguel Rossetto, criticou a lentidão e ineficiência do governo de Eduardo Leite na gestão da reconstrução do Estado após as enchentes de maio de 2024.
De acordo com um estudo da Agência Nacional das Águas (ANA), as mudanças climáticas vão tornar eventos extremos até cinco vezes mais frequentes na região Sul do Brasil. “Diante desse cenário alarmante, é preciso dizer que o Estado não está se preparando de forma adequada para o futuro, especialmente devido a lentidão e a falta de transparência do governo estadual nas ações de reconstrução e prevenção”, ressaltou Rossetto. Ele classificou o Plano Rio Grande como “um título em busca de um conteúdo”, por não apresentar uma agenda ambiental e de desenvolvimento sustentável para o futuro do RS.
De acordo com dados divulgados pela imprensa, o valor prometido pelo Governo Leite para a reconstrução é de R$ 6,9 bilhões, dos quais apenas R$ 3,2 bilhões foram pagos. O Estado também não conseguiu, até o momento, apresentar projetos para obras dos sistemas de proteção contra as cheias da região Metropolitana mesmo com os recursos depositados desde dezembro de 2024 pelo governo federal em um fundo específico para isso na Caixa Federal.
Em contraste com a gestão lenta do governador Eduardo Leite, Miguel Rossetto destacou a atuação do Governo Lula na reconstrução do RS. “Desde o início da tragédia, Lula esteve aqui. O presidente visitou o RS cinco vezes, mobilizou apoio, recursos e todos os Poderes na ajuda ao Estado”, salientou. Dos R$ 112 bilhões prometidos, mais de R$ 70 bilhões já foram pagos, incluindo o auxílio-reconstrução para 430 mil famílias, apoio para 66 mil empresas, reconstrução do aeroporto, Trensurb e rodovias, além da suspensão do pagamento da dívida do RS com a União e outras medidas.
Falta transparência e participação social
Não há um plano claro e nem participativo, na opinião do parlamentar. Rossetto acusou o Governo Leite de fazer uma gestão quase clandestina, com decisões de gabinete e sem escuta da sociedade. “Sem participação social, a reconstrução não será completa nem eficiente. O governo do Estado deveria promover espaços de participação social para escutar a sociedade, especialmente a população mais atingida”, defendeu.
Para o deputado, o governador deveria convocar a experiência e o conhecimento da sociedade para pensar o futuro, e não reproduzir o que já foi feito, “pois isso não será capaz de dar conta do grande desafio que temos.” Rossetto reafirmou que é preciso garantir transparência e controle público no uso dos recursos, e participação da sociedade na tomada de decisões. “Não haverá reconstrução sustentável sem participação social e sem Estado”, concluiu.
Foto/Vanessa Vargas